Se você atua ou se interessa pelo mercado de Comércio Exterior e quer saber quais são os maiores portos do Brasil, este conteúdo é para você. Neste artigo, você vai conhecer os 10 portos com maior movimentação no país e ainda conferir dados e informações relevantes sobre o setor portuário brasileiro.
O Brasil conta com 175 instalações portuárias de carga, entre portos, terminais marítimos e instalações aquaviárias. E como o mercado internacional depende fortemente do modal aquaviário, o tema do artigo de hoje ganha ainda mais relevância.
O critério utilizado para definir os 10 maiores portos do Brasil será a movimentação portuária. Importante reforçar: somente portos organizados foram considerados nesta lista, ou seja, terminais privados (TUPs) ficaram de fora.
Sendo assim, confira quais são os portos que lideram esse ranking segundo dados da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), e as especificidades de cada um deles.
O Porto de Santos é simplesmente o maior do Brasil e da América Latina. Localizado no litoral de São Paulo, ele é uma peça-chave no comércio exterior, ligando o país a mais de 600 portos ao redor do mundo. Por ali passam cargas de todos os tipos: grãos, líquidos, contêineres e muito mais. Além de ser um dos principais caminhos de exportação de produtos como soja, café, açúcar e suco de laranja, o porto também se destaca pela infraestrutura robusta e pelo uso de tecnologia para garantir agilidade nas operações.
Só em 2024, foram mais de 138 milhões de toneladas movimentadas no Porto de Santos. Não à toa, ele é considerado uma peça-chave na logística nacional, com investimentos constantes em estrutura e tecnologia para dar conta do volume e garantir operações mais rápidas e eficientes.
*Imagem ilustrativa
O Porto de Itaguaí fica no estado do Rio de Janeiro e é um dos principais do país quando o assunto é exportação de minério de ferro. Ele começou a operar nos anos 80, e hoje é referência na movimentação desse tipo de carga. Só em 2021, mais de 44 milhões de toneladas de minério passaram pelo porto. Com uma estrutura preparada para receber navios de grande porte, o porto conta com vários berços de atracação e uma localização estratégica, com acesso fácil a rodovias e ferrovias. Isso garante uma boa conexão com as áreas produtoras e com os mercados que recebem a carga. Em 2024, foram mais de 60 milhões de toneladas movimentadas no Porto de Itaguaí.
Crédito da imagem: adaptado de CaptainDarwin, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 4.0
O Porto de Paranaguá é um dos principais canais de exportação do agronegócio brasileiro. Localizado no litoral do Paraná, ele tem papel de destaque na saída de grãos como soja e farelo, sendo considerado o maior porto graneleiro da América Latina. Além disso, também movimenta contêineres, cargas líquidas e veículos. Outro ponto forte é a localização estratégica, que facilita o escoamento da produção do Sul, Sudeste e até do Centro-Oeste, sem falar do acesso de países vizinhos, como o Paraguai. Em 2024, mais de 59 milhões de toneladas foram movimentadas no Porto de Paranaguá.
Crédito da imagem: adaptado de Valdemar Medeiros, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 4.0.
Em 2024, o Porto do Itaqui movimentou cerca de 33,8 milhões de toneladas. Sob gestão da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), o porto se destaca pela sua infraestrutura voltada ao transporte de granéis sólidos e líquidos.
Historicamente, as principais operações no porto de Itaqui envolvem a exportação de grãos como soja e milho, e a importação de derivados de petróleo, incluindo diesel, gasolina e fertilizantes.
Crédito da imagem: de Portos RS, disponível na galeria oficial de imagens da Portos RS.
O Porto de Rio Grande é o principal porto do Sul do Brasil e tem uma longa história no comércio exterior. Localizado no litoral gaúcho, ele opera cargas variadas, de grãos e fertilizantes a celulose, contêineres e veículos. Dentro da sua estrutura, uma das áreas mais conhecidas é o Porto Novo, que funciona como o cais público do complexo. É lá que ficam os berços de atracação utilizados por diferentes operadores, com quase 2 km de extensão e capacidade para receber navios de grande porte. O Porto de Rio Grande movimentou mais de 29 milhões de toneladas em 2024.
Crédito da imagem: adaptado de Bradleyzm, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 4.0.
O Porto de Suape fica em Pernambuco, a cerca de 40 km do Recife, e é um dos principais polos logísticos do Nordeste. Ele funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, e o melhor: sem depender da maré, o que garante mais agilidade nas operações. Suape movimenta contêineres, veículos, granéis líquidos e muito mais. Mas não é só isso. Ao redor do porto, existe um complexo industrial que abriga empresas dos mais diversos setores, como petroquímica, alimentos e automotivo. Essa integração entre porto e indústria transformou a região num importante motor econômico para o estado. Em 2024 o Porto de Suape movimentou mais de 24 milhões de toneladas.
*Imagem ilustrativa
O Porto de Vila do Conde fica em Barcarena, no Pará, a cerca de 55 km de Belém. Inaugurado em 1985, ele é peça-chave para o escoamento da produção mineral e agrícola da região Norte. O porto está integrado a um complexo industrial que abriga empresas voltadas para a produção de alumina e alumínio. Com uma estrutura que inclui 10 berços de atracação e profundidades variando entre 12 e 23 metros, o porto movimenta desde granéis sólidos e líquidos até contêineres e carga viva. Sua localização estratégica permite fácil acesso por vias marítimas, fluviais e rodoviárias, facilitando a conexão com mercados nacionais e internacionais. Mais de toneladas foram movimentadas no Porto Vila do Conde em 2024.
Crédito da imagem: adaptado de Stanglavine, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 4.0.
O Porto de São Francisco do Sul, localizado no litoral norte de Santa Catarina, é um dos principais portos do estado e do país. Situado na Ilha de São Francisco do Sul, a aproximadamente 215 km de Florianópolis, o porto possui uma posição estratégica que facilita o acesso a importantes rodovias, como a BR-280 e a BR-101, conectando-o a diversas regiões do Brasil. Sua infraestrutura inclui um cais acostável de 780 metros de comprimento e profundidade máxima de 43 pés, permitindo a atracação de navios de grande porte. Em 2024 o Porto São Francisco movimentou mais de 16 milhões de toneladas.
Crédito da imagem: adaptado de Oski67, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 3.0.
O Porto de Santarém fica no oeste do Pará, às margens do Rio Tapajós, bem perto da foz com o Amazonas. Ele é um ponto estratégico para o escoamento da produção do Norte e Centro-Oeste, conectando as safras da região ao mercado internacional. A estrutura permite operações com granéis sólidos, líquidos e carga geral. Com destaque para produtos agrícolas, como milho e soja, além de madeira e combustíveis. A profundidade do porto varia conforme o nível dos rios, mas durante o período de cheia é possível receber embarcações de grande porte. Além da movimentação de cargas, Santarém também conta com uma estação de passageiros e estrutura de apoio para atender à população ribeirinha da região amazônica. Em 2024, mais de milhões de 16 milhões de toneladas foram movimentadas no Porto de Santarém.
Crédito da imagem: adaptado de Jorge Andrade, disponível em Wikimedia Commons, sob licença CC BY 2.0.
O Porto do Rio de Janeiro é um dos mais antigos do país e faz parte da história da cidade desde o século XIX. Localizado na Baía de Guanabara, ele ainda hoje tem um papel importante nas operações de comércio exterior, movimentando principalmente contêineres, veículos e produtos siderúrgicos. A área conta com terminais especializados e boa conexão com rodovias e ferrovias, o que facilita o transporte de cargas para outras regiões. O Porto do Rio de Janeiro movimentou mais de 15 milhões de toneladas em 2024.
A fiscalização dos portos brasileiros é compartilhada entre diferentes órgãos, cada um com uma função específica.
Assim, enquanto um cuida da gestão, outro da regulação e outro da segurança – todos colaboram para o bom funcionamento dos portos brasileiros.
No Brasil, os portos são divididos em dois tipos: os Portos Organizados e os Terminais de Uso Privado (TUPs). Os portos organizados são áreas públicas definidas por decreto, com infraestrutura mantida pela União e administrados por uma autoridade Portuária (como as Companhias Docas). É onde diferentes empresas operam suas cargas, compartilhando o espaço e os serviços do porto.
Já os terminais privados funcionam fora dessa área e são construídos por empresas, geralmente para atender às próprias operações, embora também possam prestar serviço a terceiros. A diferença principal está aí: enquanto o porto organizado é coletivo e público, o TUP é individual e privado, ainda que regulado pela União.
Quando o assunto é movimentação portuária, os terminais privados se destacam: segundo dados da ANTAQ, eles movimentaram mais de 846 milhões de toneladas, superando os portos organizados com folga.
No entanto, quando olhamos especificamente para a movimentação de contêineres, o cenário se inverte, os portos organizados lideram, com mais de 99 milhões de toneladas movimentadas.
Essa é uma dúvida comum para quem está começando no mundo do comércio exterior. À primeira vista, os dois termos podem parecer sinônimos, mas eles falam de coisas diferentes.
A movimentação portuária é o conceito mais amplo. Ela engloba todo o volume de cargas que entram e saem dos portos, incluindo grãos, combustíveis, minérios, veículos, produtos químicos, contêineres. Quando a ANTAQ divulga os números de movimentação portuária, ela está considerando todas as cargas, de todos os tipos, que passaram pelos portos brasileiros.
Já a movimentação de contêineres é um recorte dentro desse universo. Ela se refere apenas às cargas transportadas dentro de contêineres. Aqui, além das toneladas movimentadas, costuma-se usar a unidade chamada TEU, que representa um contêiner de 20 pés.
Então, em resumo: toda movimentação de contêiner faz parte da movimentação portuária, mas nem toda movimentação portuária envolve contêineres. Saber essa diferença é essencial para interpretar corretamente os dados.
Ao considerar Portos Organizados e Terminais Autorizados, a lista dos 10 maiores portos em relação à movimentação portuária fica a seguinte:
E ao considerar Portos Organizados e Terminais Autorizados, a lista dos 10 maiores portos em relação à movimentação de contêineres fica a seguinte:
Apesar de sua importância vital os portos brasileiros ainda operam abaixo do seu potencial, não apenas pela infraestrutura interna defasada, mas também por uma questão que vai além do sistema portuário: a dificuldade de integração com outros modais logísticos.
Em muitos casos, o acesso rodoviário é congestionado, a conexão ferroviária está subutilizada, gerando um efeito cascata de atrasos e custos operacionais. Essa desconexão entre os modais revela uma falta de visão sistêmica na logística nacional, onde o porto não é tratado como parte de uma cadeia integrada, mas sim como um ponto isolado.
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